segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Cuiabá tem novas regras de zoneamento

Regras contrariam entidades da construção de Cuiabá, mas também abrem novas zonas de crescimento
DIVULGAÇÃO: SECOVI-MT
Diminuição do potencial construtivo de algumas regiões deve estimular direcionamento de investimentos para áreas distantes do Centro da cidade, segundo entidades do setor

A nova Lei de Ocupação e Urbanização do Solo Urbano, sancionada em maio na cidade de Cuiabá, não agradou ao setor imobiliário da região. A legislação, entre outras obrigações, especifica o quanto pode ser construído em cada zona da cidade, restringe o potencial construtivo em algumas áreas e exige que os empreendimentos ofereçam vagas de estacionamento aos visitantes. Diante destas regras, já se comenta que a tendência de investimento imobiliário agora se direcione a regiões distantes do Centro, onde o potencial construtivo foi reduzido.
Segundo o Secovi-MT (Sindicato da Habitação do Estado do Mato Grosso), um dos pontos mais polêmicos é exatamente a redução do potencial construtivo de adensamento em diversas regiões da cidade. Em alguns locais, onde antes um terreno de 1 mil m² podia receber edificação com até 2 mil m² de área construída, agora o limite passa a ser de 1 mil m² de área construída.
Além disso, foram criadas Zonas de Amortecimentos no entorno dos parques, proibindo a construção de prédios nas imediações dessas áreas - que estão dentre as mais valorizadas da cidade. A intenção é proteger essas reservas urbanas. Assim, a até 100 m dos parques podem ser construídos empreendimentos com, no máximo, 12 m de altura. A partir de 200 m ficam liberadas edificações com altura de 24 m.
As novas regras, que devem encarecer os empreendimentos, já geram reclamações. "Vamos solicitar à prefeitura esclarecimentos sobre essa legislação, e, se for o caso, pretendemos nos manifestar contra ela", revela Paulo Bresser, vice-presidente do Sinduscon-MT (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Mato Grosso). Bresser disse que se não houver mudança, o setor pode declinar na região. O Secovi-MT também afirmou que deve pedir revisão das exigências.
O engenheiro Alaor Fernandes, da GMS Imobiliária e Construtora, prevê dificuldades decorrentes da aprovação da lei sem muitas discussões com o setor. "Essas regras são desnecessárias. Por enquanto ainda não houve tempo para impactar o setor, mas em breve sentiremos os reflexos, principalmente nos preços", disse.
A nova lei também prevê a criação de três novos distritos: Aguaçu, Nova Esperança (Pequizeiro) e Sucuri. Para Guido Grando Júnior, diretor do Secovi-MT, "as novas localidades devem receber grandes investimentos e crescerão de maneira ordenada e sustentável, com todos os benefícios das áreas urbanas".
A cidade terá ainda mais sete novas áreas verdes ou parques, denominadas de Zonas de Interesse Ambiental.

Fonte: PiniWeb